sexta-feira, 19 de abril de 2024

Incoerência fantasiosa absurda

Tudo é uma ficha a ser preenchida 
No calor de um verão escaldante 
Ou em uma manhã gélida e tórrida 
Quando não se sabe muito bem o destino 
E a porta parece estar sempre trancada 
Para que ninguém saiba o que tem do outro lado. 

Uma civilização lá embaixo grita 
Acenam com suas mãos levantadas para que pulem 
Mas quem olha do alto parece ver apenas o abismo 
Com sua bocarra totalmente escancarada 
E não se sabe se alguém conseguiu voltar de lá 
Porque todas as almas ficaram no esquecimento. 

No alto de uma torre uma antena parabólica 
Parece estar de ouvidos abertos ao infinito 
Buscando saber as últimas informações 
Que saem das salas secretas do submundo 
Com as coordenadas das bombas atômicas 
Que haverá de varrer o planeta um dia. 

Uma moça com seu fone de ouvido e olhar fixo na tela 
Não percebem o furo no acento do ônibus 
Quando saiu para trabalhar nesta manhã 
E nem os olhares maliciosos de alguns homens 
Enquanto ela se sentava despercebidamente 
Para que pudesse chegar em seu local de trabalho. 

Pode-se perceber uma certa mediocridade cosmopolita 
Nas classes médias que perambula pela cidade 
E um coma profundo nos rostos pálidos do proletariado 
Que revela uma angústia velada nas faces felizes 
Que estão estampadas nas páginas das redes sociais 
Revelando uma incoerência fantasiosa absurda. 

Alguém até pensa que na próxima esquina 
Encontrará algo melhor do que o que viu até agora 
Mas tudo não passa de um ledo engano superficial 
De uma geração que já não consegue enxergar 
Nem mesmo um palmo diante dos seus narizes 
Atolados que estão nas telas de seus smartphones. 

Tecnologias que possibilita o estabelecimento 
De mentiras cotidianas para mascarar a realidade 
Tudo é fabricado para enganar e ludibriar 
Os que desejam apenas uma falsa sensação de felicidade 
E são contemplados com as propagandas comerciais 
De mentiras que possam realizar os seus sonhos. 

Esse pode ser apenas um discurso de um cara comum 
E você pode ignorar completamente 
Não me importo de jeito nenhum com isso 
Mas a realidade além das aparências 
Um dia ou outro há de ser esclarecida para todos 
Porque é assim que a vida segue o seu curso. 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 18 de abril de 2024

A trágica paixão de Sansão

Em tempos bem antigos, 
Na terra de antigas areias, 
Uma história de amor e dor, 
Em tragédias tecidas, no espreitar da serpente 
Sansão, um herói, forte e destemido, 
Se rendeu aos encantos de um amor ardente. 
 
Seus olhos se cruzaram 
Com uma beleza divina, 
Dalila, cujo sorriso brilhava 
Como estrelas cristalinas. 
Em seu doce abraço, Sansão encontrou paz, 
Mas desconhecia o destino que lhe aguardava, tão voraz. 
 
Os laços do amor 
Os uniram em ternura, 
Mas Dalila, com astúcia, 
Escondia segredos em sua doçura. 
Seduzindo Sansão, ela descobriu seu segredo, 
O poder em sua força, que era sua maior armadura. 
 
Com traição nos lábios 
E um coração cruel, 
Dalila entregou Sansão aos inimigos, 
Esse era o seu papel. 
Cegado pela paixão, ele não viu o laço se apertar, 
E em sua queda, a tragédia veio o encontrar. 
 
Os filisteus o prenderam, 
Sua força foi debilitada, 
E seus olhos vazios 
Refletiam a jornada malograda. 
Mas em seu último suspiro, uma súplica ao céu ergueu, 
Pedindo forças para vingar o que lhe aconteceu. 
 
Na sua partida, 
Sansão encontrou redenção, 
Seu amor foi sua ruína, 
Mas também sua sincera oração. 
A paixão cega pode levar ao abismo mais profundo, 
E mesmo os mais fortes sucumbem 
Quando o coração é moribundo. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 16 de abril de 2024

A parte fraca do coração

Agora nem adianta querer esconder 
Qualquer um pode ver 
Estampado em seus olhos 
A insegurança que tanto tentou camuflar 
E não conseguiu. 
 
Pode-se notar em seu olhar 
O desejo que nutre por ela 
Não consegue nem disfarçar o sentimento 
Quando a vê caminhar 
Por entre as pessoas na multidão. 
 
O coração sempre inquieto 
Se resguardando de outra ilusão 
Não conseguiu conter o desejo 
Que surgiu ao se deparar com aquele olhar 
Com aquela tentação em forma de gente. 
 
Há que convir comigo 
Que nem tudo é do jeito que pensamos 
Sempre há uma possibilidade 
De as coias acontecerem de outra forma 
Do que aquela que planejamos. 
 
Isso eu consigo perceber 
Na forma singela que balança seus cabelos 
Como se o mundo lhe pertencesse 
E pudesse invadir qualquer coração 
A hora que bem entendesse. 
 
A verdade é que ninguém 
Deveria sofrer por um amor não correspondido 
Mas ninguém consegue dominar seus impulsos 
Seus desejos mais sombrios 
Sempre serão a parte fraca do coração. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 15 de abril de 2024

O lamento do sofrer

Nos versos que tecem a dor do peito, 
O amor se desvela em pura agonia, 
Rasgando a alma, num eterno defeito, 
Como chama que arde em noite sombria. 
 
É fogo que consome sem piedade, 
Ardendo em labaredas de saudade, 
Nas veias, um rio de angústia a correr, 
Ecoando o lamento do sofrer. 
 
Ah, como é doce e amargo esse tormento, 
Que dilacera a alma num momento, 
Fazendo da paixão um doce veneno. 
 
Mas no fundo desse abismo a brilhar, 
Há uma luz, um suspiro a clamar, 
Que o amor, por mais que doa, é sempre pleno. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

O fim do mundo bate à porta

As percepções são inconstantes 
Não se sabe ao certo o que se pensar 
O fim do mundo bate à porta 
O fim de uma geração 
Que poderia ter sido diferente 
Uma só pessoa consegue destruir milhares 
Mata-se o inocente por ninharias 
E a violência é a palavra do dia 
Onde estamos na escala mundial 
E para onde foi a nossa humanidade? 

As percepções são realistas 
A ponto de confundir os pensamentos 
Não se encontra mais alguém sério 
Que possa colocar ordem na sociedade 
Apenas falsos mestres ensinam heresias 
Para um público apaixonado por mentiras 
E o que podemos fazer a respeito 
Quando ninguém quer saber de nada? 
Larga mão de ser idiota! 
Grita alguém no meio da multidão 
E ninguém quer ouvir essas asneiras 
Então seguem o seu caminho 
Como ovelhas para o matadouro. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 13 de abril de 2024

Eu posso dizer não!

Pare de contar as horas 
Ignore todos esses minutos 
Viva como se o tempo não existisse 
Liberte-se das amarras 
Dos grilhões que te prende 
A este miserável mundo 
Ouça que o sol fala uma língua estranha 
A serpente voadora ejacula veneno 
E sua mente é devorada 
Por pensamentos indescritíveis 
Onde tudo é cinza e descascado 
Como se não bastasse a violência 
Que arranca as entranhas e vísceras 
Dos escravos da mentira. 
Tudo bem que não foi assim 
E você quase me convenceu 
Mas não acredite em mentiras 
Não, vocês jamais comprarão 
A minha massa cinzenta 
Os meus pensamentos são secretos 
Não conseguirão detectá-los 
Não mesmo 
Eu posso dizer não 
E vou falar não 
NÃO! 
Vocês não vão comprar a minha liberdade 
Não tenho medo de vocês 
Não vou me curvar a esses impropérios 
Não vou me calar diante dessas atrocidades 
NÃO! NÃO! NÃO! 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Não era brincadeira

Parecia brincadeira 
Mas não era 
Era mais sério do que podia pensar 
O coração já se encontrava 
Outra vez sem direção 
Os olhos dela o enfeitiçou 
Roubou-lhe a paz de outrora 
E todos os seus planos 
Foram-se por água abaixo 
O sorriso dela tão sedutor 
Foi a causa de sua perdição 
E por quem deixou-se levar 
Em direção ao desconhecido 
Onde o amor reserva suas surpresas. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 11 de abril de 2024

A angústia de Caim

Na sombra do crepúsculo, em terras distantes, 
Caim peregrina, alma em tormento, 
A angústia dilacera, são cruéis feridas 
Que oprimem o coração, sem alento. 
 
O fardo da inveja, semente do mal, 
Em seu peito ecoa, cruel e insano, 
A disputa interna, uma tempestade, 
Que o arrasta ao abismo, num trágico engano. 
 
Entre a luz e a sombra, sua alma debate, 
O amor fraternal, a dor que dilacera, 
A raiva voraz, a culpa que o aflige, 
Em conflito constante, a luta desespera. 
 
O olhar para o irmão, adensado em inveja, 
Semeia a semente do ódio profundo, 
E o coração, em desespero, se queixa, 
Ao destino cruel que lhe é imposto neste mundo. 
 
Caim, filho de Adão, irmão de Abel, 
Sente o peso da escolha, o peso do destino, 
Num embate de paixões, num turbilhão cruel, 
Entre o amor e o ódio, se perde no desatino. 
 
Na solidão da noite, sob as estrelas frias, 
Caim enfrenta o tormento, a angústia avassaladora, 
Na alma dilacerada, a batalha é sombria, 
E o sangue fraternal manchará a história agora. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Fascinante

Aos poucos você sorriu 
Venceu a timidez inicial 
Abriu aquele sorriso 
Encantador 
Sedutor 
Singelo e belo 
Como a beleza do por do sol 
E mostrou 
O quanto és incrivelmente bela 
Com o sorriso mais lindo 
Que os olhos podem ver. 
Difícil é não se apaixonar 
Não ser seduzido 
Por tão fascinante sorriso 
Que faz o mundo 
Ser um lugar desejável de viver 
Porque no seu sorriso 
Vejo a esperança renascer! 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 9 de abril de 2024

Em cada pétala de rosa

Sinta o vento tocar o seu rosto 
A brisa que acalenta sua alma 
Veja o brilho das estrelas 
Sinta o perfume das flores 
Em cada pétala de rosa 
Está o meu sentimento 
O meu coração aberto para ti 
A minha eterna admiração 
Para a deusa que habita entre nós 
Que exala a pura magia 
De uma singela beleza 
Que não pode ser descrita 
Com simples palavras de mortais. 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 8 de abril de 2024

A Mulher Samaritana

 Nas margens do poço, ao sol abrasador, 
Encontra-se Jesus, fonte de amor envolvente. 
A mulher samaritana, alma sedenta, 
Aguardava água, mas achou uma história comovente. 
 
Ele, com olhos de misericórdia e graça, 
Aproxima-se dela, sem nenhuma amargura. 
"Mulher, dá-me de beber", Ele pede com calma, 
Ela, surpresa, enfrenta essa nova aventura. 
 
"Como, sendo judeu, pedes água a mim, 
Uma samaritana, que traz tanto assim?" 
Mas Jesus responde com palavras de alegria: 
"Se soubesses quem é que pede, 
A água que ofereço não soçobraria." 
 
Ele fala de uma água que sacia eternamente, 
Que jorra vida abundante, incessantemente no ser. 
Ela, intrigada, pede-Lhe dessa água divinal, 
Pois a sede de sua alma começava a compreender. 
 
Jesus, então, revela seu conhecimento profundo, 
Desnuda as camadas do seu ser com carinho. 
Os segredos do coração, Ele sonda com ternura, 
Ela, maravilhada, sente-se em seu caminho. 
 
A mulher samaritana, transformada pelo encontro, 
Corre à cidade, sem qualquer ressentimento. 
"Vinde ver um homem que tudo me revelou, 
Será Ele o Messias que tanto desejamos no momento?" 
 
A notícia se espalha, e muitos vão ao encontro, 
De Jesus, o Salvador, fonte de alento e amor. 
Naquele poço, um encontro divino aconteceu, 
E a mulher samaritana em Jesus viu o Salvador. 
 
Que em nossas jornadas, encontremos também, 
A graça que transforma, o amor que nos salvará. 
E que, como a samaritana, possamos testemunhar, 
Que Jesus é a fonte de água viva, que nunca cessará. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 7 de abril de 2024

Contra o racismo

Prisioneiro de uma herança maldita 
Exposta publicamente por racista 
Que gritam em altos brados: 
- Ei, crioulo de merda! 
Alguém até olha com desdém 
Enquanto ele continua a vociferar: 
- Levanta esse rabo sujo daí! 
Como se o mundo pertencesse aos brancos 
Grita mais alto dessa vez: 
- Larga de ser preguiçoso 
Que aqui não é da tua laia! 

Quem poderá deitar em sua cama e dormir 
Depois de ouvir tantas injúrias? 
Ecoa ainda em sua mente 
A fala sútil daquela pessoa: 
- Tirem esse preto de perto de mim! 

E quando vira o rosto para a parede 
Ainda consegue ver as correntes 
Estão amarradas em seu subconsciente 
Os grilhões que prenderam seus ancestrais 
Nos ignominiáveis navios negreiros 
Que os trouxeram da África. 
Até quando deverá carregar essas marcas? 
Até quando pode suportar esse desprezo? 

Em pleno século vinte e um 
É espancado com palavras que ferem 
Menosprezado por sua cor de pele 
Como se merecesse o castigo divino. 

O que vamos fazer a respeito? 
Porque o certo é que possamos lutar 
Para erradicar do nosso meio 
Toda forma de preconceito! 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Do amor não correspondido

No silêncio dos suspiros, ecoa o lamento,  
Um coração, num vácuo, busca forte emoção.  
Em sombras dançantes, se perde o caminho,  
Um amor não correspondido, triste canção.    
 
Nas asas do vento, voa a esperança,  
Mas o destino, implacável, causa o vazio.  
O olhar que busca, encontra apenas desilusão,  
E o amor não correspondido, feito de frio.    
 
No jardim da ilusão, florescem espinhos,  
Onde sonhos desfeitos viram falta de amor.  
Um coração que anseia por um sentimento,  
Encontra apenas desdém e tremenda dor.    
 
Nas estrelas distantes, brilha a lembrança,  
De um amor que não teve reciprocidade.  
Como um rio sem leito, segue a solidão,  
Do amor não correspondido, triste saudade.    
 
Mas ainda assim, mesmo na solidão,  
Persiste a chama, a ardente paixão.  
Pois o coração que ama, mesmo que em vão,  
É capaz de encontrar luz na escuridão.    
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

Contra o Bullying

No palco da vida, onde crianças brilham, 
Onde risos devem florescer na alma infantil, 
E no coração de cada ser pequeno e inocente, 
Um eco de ternura, um sonho sutil. 
 
Mas entre os risos, uma sombra se ergue, 
Um espectro de dor que a alma corrói, 
O bullying, cruel vilão que desafia, 
A inocência, a pureza que não sorri, dói. 
 
Com palavras afiadas, ele fere, 
Como flechas lançadas sem piedade, 
Deixando cicatrizes na alma, na mente, 
Um tormento que ruge em toda idade. 
 
Mas ergue-se uma força, um brado alto, 
De mãos dadas, em união e coragem, 
Contra o bullying, marchamos lado a lado, 
Em defesa da justiça essa é nossa mensagem. 
 
Com muito amor e empatia como armas, 
Nós combatemos essa escuridão, 
Plantando sementes de puro sentimento, 
Para que floresça a verdadeira união. 
 
Cada ato de gentileza, uma luz, 
Que dissipa as sombras do desamor, 
E assim, juntos, construímos um mundo, 
Onde o bullying não tem espaço, nem vigor. 
 
Que cada criança possa crescer livre, 
Em um mundo onde deve ser lei o respeito, 
Onde o amor e a compreensão florescem, 
E a crueldade do bullying se desfaz do peito. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Impossível ignorar

 Permita-me expressar 
A profunda admiração que sinto por você. 
Desde o momento em que nossos caminhos se cruzaram, 
Tenho sido cativado 
Pelo brilho singular que você irradia. 
Sua presença 
É como um raio de sol em um dia chuvoso, 
Capaz de aquecer até mesmo os corações mais frios. 
 
A cada interação, 
Você desperta em mim 
Um turbilhão de sentimentos positivos. 
Sua energia contagiante 
E sua aura de bondade 
Deixam uma marca indelével 
Em todos que têm o privilégio de conhecê-la. 
Você é como uma fonte inesgotável de inspiração, 
Motivando-me a alcançar novas alturas 
E a abraçar a vida com fervor renovado. 
 
É impossível ignorar 
A profundidade 
Dos sentimentos que você desperta em mim. 
Cada vez que olho nos seus olhos, 
Sinto-me envolto 
Por uma sensação de paz e serenidade, 
Como se o mundo todo desacelerasse 
Para nos permitir desfrutar daquele momento único. 
 
Saiba que sua presença 
É um presente inestimável, 
E cada dia que posso te ver 
Torna-se uma bênção que não passa despercebida. 
Você é mais do que uma simples jovem moça; 
Você é a personificação da beleza, 
Da graça e do amor neste mundo tão complexo. 
 
Que sua luz continue a brilhar intensamente, 
Guiando o caminho 
Daqueles que têm a sorte de cruzar seu caminho. 
Que você sempre se lembre 
Do impacto positivo 
Que causa na vida das pessoas ao seu redor, 
E que continue a espalhar seu amor 
E sua bondade por onde quer que vá. 
 
Poema: Odair José, Poeta Cacerense